terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Reflexões sobre a ascensão de Cristo e a Vinda do Espírito - João 16.12-24



A aprendizagem sobre a partida de Jesus trouxe certa depressão aos discípulos. Se eles pudessem entender o 'porque' e o 'para quem' ele estava indo, então, certamente eles iriam se alegrar. Mais tarde, inclusive, (v. 22) Jesus predisse que o tempo de tristeza dos discipulos, de repente, seria transformado em uma grande alegria: “Agora estou indo para aquele que me enviou.” A partida de Jesus foi necessária, embora dolorosa e difícil para os discípulos naquele momento. Sem a partida de Cristo (que incluía sua morte, sepultamento, ressurreição e ascensão) não teria havido evangelho. A expiação pelos pecados era necessária para que Jesus salvasse o seu povo (Mt 1:21). Além disso, a menos que ele partisse, o Espírito Santo, o Conselheiro e Consolador, não haveria vindo para aplicar-lhes a obra da expiação.

I. Mesmo andando ao lado de Cristo, os discipulos não compreendiam plenamente as coisas espirituais (16:12-13). 

Os discípulos não eram capazes de entender plenamente as verdades espirituais naquele momento. Seus corações ainda estavam endurecidos, pois suas preocupações eram com suas próprias posições em um reino terreno, por isso eles não viam a necessidade da morte de Jesus. Mas, o Espírito Santo (cf. 15:26) viria depois da morte de Cristo para conduzir os apóstolos à verdade sobre Jesus e sua obra. O Espírito, disse Jesus, não iria ensinar os discípulos por sua iniciativa própria, mas ensinaria apenas o que ele ouve do Pai. Isto aponta para interdependência das pessoas na Trindade. O Pai diria o Espírito o que ensinar aos apóstolos sobre o Filho.

Também o Espírito iria ensinar o que ainda estava por vir. Esta afirmação ajuda a entender a promessa, “Ele vos guiará a toda a verdade”. Esta foi uma promessa aos apóstolos: que a sua compreensão parcial da pessoa e obra de Jesus como o Messias seria concluída conforme o Espírito lhes daria visão sobre os significados da Cruz e da Ressurreição, assim como verdades sobre o retorno de Jesus (cf. 1 Coríntios. 2:10). Os livros do Novo Testamento são o cumprimento deste ministério de ensino do Espírito. Nós só conseguimos compreender plenamente a obra de Jesus quando o Espírito nos abre os olhos.

II. A vinda e o ministério do Espírito Santo abririam completamente a visão dos discípulos para a obra de Cristo (16:14-16). 

Jesus é o Logos, a revelação do Pai (ou como Paulo expressou, "a imagem do Deus invisível" Col. 1:15). O Espírito Santo agiu na mente dos apóstolos para que eles pudessem perceber, compreender e ensinar sobre o Salvador. Algum dia Jesus irá reaparecer, mas a tristeza, dor e fracasso espiritual viria primeiro.

As palavras foram desconcertantes para os discípulos (e possivelmente também para os leitores iniciais do Evangelho de João). Também a previsão, você vai ver-me, não foi imediatamente compreendida. Ao que você acha que Jesus estava se referindo? (a) para a vinda do Espírito Santo ou (b) a seu segundo advento ou (c) a sua breve aparição aos discipulos, o ministério de 40 dias entre sua ressurreição e sua ascensão? A última interpretação se encaixa melhor nesta passagem, mas em certo sentido se encaixa nas outras. Nós hoje aguardamos a segunda vinda de Cristo.

III. O Espírito Santo ensinaria aos discípulos que os seus sofrimentos os conduziram a uma grande alegria final (16:17-24). 

Os discípulos estavam confusos sobre o intervalo de tempo citado por Cristo. As palavras usadas por João nesses versículos indicam que um diálogo considerável ocorreu entre eles sem que chegassem a uma resposta. Eles não conseguiam conciliar as afirmações de Jesus. Jesus entendeu a confusão entre os seus discípulos. Sua morte seria amarga agonia para eles, mas o mundo ficaria muito feliz. A morte do Messias faria com que eles chorassem e lamentassem, mas no futuro, os traria grande alegria: a vossa tristeza se transformará em alegria. Jesus ilustrou a verdade da dor substituída pela alegria: a dor do parto seguida pela alegria da nova vida, quando uma criança nasce. Os discípulos estavam entrando no processo de dor (hora de tristeza), mas a luz da alegria viria logo à frente. Quando os discipulos o viram depois da ressurreição a sua alegria foi tremenda. Jesus morreu para o pecado uma vez, mas agora vive para sempre (cf. Rom 6,9-10, Lucas 24:33-52, Hb 7:24.-25).

Em nossa caminhada terrena passamos por muitas tristezas, mesmo dentro da família e da igreja, mas Deus tem reservado para nós, na segunda vinda de Cristo, seremos plenamente felizes por toda eternidade. Interessante notar, que até este ponto os discípulos não tinham orado em nome de Jesus. Depois, eles passariam a fazer isso. Então suas orações seriam ouvidas e atendidas pelo Deus Pai, pois era feitas em nome de Cristo e aperfeiçoadas pelo Espírito Santo. Parte de nossa alegria já consiste em saber que Deus ouve as nossas orações, e melhor, não às atende segunda a nossa vontade, que é falha e pecaminosa, mas segundo a sua soberana, infinita, excelsa e gloriosa vontade.

Um comentário:

  1. Meu bom e velho amigo,
    fico feliz de ser o primeiro a seguir o seu blog...
    e mais ainda de saber que esta de volta a ativa....

    Forte abraço e Deus almente em muito a sua sabedoria.

    Beijos na família.

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